domingo, 8 de março de 2009

O VISITANTE II

Olá. Aqui está o segundo texto, que mantém a linha conceitual do anterior. Abraços. FG
Ele entra na sala, onde se dispõe apenas uma pequena mesa, ao centro. Na parede lateral, vê uma criatura engraçada que, em silêncio, o contempla. Ela é tão engraçada que ele começa a rir, incontrolavelmente. Ri tanto, tão hiperbólica e monstruosamente, tão além de suas forças, que sente esvaírem-se-lhe as energias vitais, em meio às lágrimas que escorrem e aos músculos do ventre que doem como se fossem explodir. Em seguida, ele bate a cabeça contra a parede, diversas vezes, e vai ao chão, sangrando e quase sem vida, enquanto a criatura engraçada o contempla, silenciosamente.

domingo, 1 de março de 2009

O VISITANTE

Olá. Gostaria de mostrar a vocês fragmentos da literatura que tenho escrito nos últimos tempos. Se der certo, um dia desses publicarei uma antologia. Boa leitura.



Súbito, a criatura atravessou o campo de visão, deslizando sem equilíbrio pelo mármore escorregadio. Foi quebrar-se nos canteiros uniformes que enfeitam a entrada do Banco Federal. Um funcionário da limpeza, que presenciara a cena, pensou: “Este mundo é uma tremenda instabilidade.” E continuou esfregando o mármore luzidio.