sexta-feira, 13 de setembro de 2013

QUANDO A NOITE CAI (velha canção contemporânea)

Quando a noite cai, uns após outros, vão os prosadores, em silêncio, à beira do abismo. E ali, transidos, lançam olhares ao grande vazio. Quando a noite cai, uns após outros, vão os prosadores, em silêncio, à beira do abismo. E ali, tolhidos, fixam olhares nas pedras do fundo do abismo. Ó Deus, eu vejo quão profundo é o vazio, eu vejo quão tolos somos nós, o abismo está em nós. Quando a noite cai, nas últimas luzes do dia, os prosadores descem, seguindo as trilhas, à beira do abismo. E ali, perdidos, contemplam o fundo do abismo.  Ó Deus, eu vejo quão profundo é o vazio, eu vejo quão tolos somos nós, o abismo está em nós. Ó Deus, por que também vou para a beira do abismo? Quão profundo é o abismo; o abismo somos nós.

a. o.

FERNÃO GOMES

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