domingo, 25 de julho de 2010

O VIOLINISTA NO TELHADO

O plano era formidável. Simplesmente formidável. Bastava que funcionasse e tudo terminaria bem. Visto isto, apoiou os cotovelos no parapeito da janela, entrelaçou os dedos, transformando as mãos numa perfeita simetria (onde se produzem as culturas desse mundo), e permaneceu em silêncio, sem pensar em nada, contemplando um fio de fumaça, finíssimo, que se elevava de algum ponto próximo dali, e tecia, pacienciosamente, uma nuvem.
FERNÃO GOMES

Nenhum comentário:

Postar um comentário